Esta semana vou estar de olho nos swing states
A diretora da Sixty Degrees, Catarina Quaresma Ferreira, participou na rubrica da Funds People.
Com o aproximar das eleições norte-americanas valerá a pena monitorizar a evolução das sondagens nos chamados “swing states”, onde verdadeiramente se perde ou ganha a disputa eleitoral. Nos gráficos abaixo podemos observar as atuais sondagens (270towin.com) para estes estados: Colorado, Michigan, Minnesota, Ohio, New Hampshire, Pennsylvania, Utah e Virginia. Na totalidade, os “swing states” representam 96 votos no Colégio Eleitoral e com base nos últimos números, Joe Biden conseguiria 72 deste total.
No caso de uma votação muito disputada, como se prevê que sejam estas eleições, os “swing states” podem ser fundamentais para o resultado final. Os “swing states” são estados em que não há uma tradição forte de voto num partido ou noutro, sendo as previsões muito mais difíceis e menos assertivas. Todos estes estados são de extrema importância porque cada um deles pode vir a ser decisivo. Desta forma, os candidatos concentram neles os seus esforços durante a campanha eleitoral.
De relembrar que nas eleições de 2016 foi crucial a vitória de Donald Trump no Michigan, Pennsylvania e Wisconsin por 0,2%, 0,7% e 0,8%, respetivamente. Estes ganhos equivaleram a 79.646 votos num total de 128.838.342 eleitores, ou seja, foi a escolha de 0,06% dos votantes que fez a diferença no resultado final.
A este propósito vale a pena referir uma análise recentemente publicada pelo JP Morgan, onde se desafiam as atuais previsões oferecidas pelas sondagens para os “swing states”. Por um lado, chama a atenção para o recente aumento dos registos de voto Republicano versus Democrata, nestes estados, que poderiam indiciar uma potencial reversão nas sondagens a favor de Donald Trump. Por outro, realça a importância do “social media sentiment”, isto é, o sentimento nas redes sociais face aos candidatos. Esta variável, medida através do QuantCube Social Media (Twitter) Analytics, foi liderada por Biden, durante o mês de setembro (possivelmente na sequência do primeiro debate e da evolução da pandemia), mas terá registado uma inversão de tendência, a favor de Trump, desde o seu diagnóstico de Covid-19. Nalguns “swing states”, existe agora uma divergência entre a evolução deste indicador de sentimento e a das sondagens. A confirmar-se o impacto desta variável poderemos vir a assistir (novamente) a uma surpresa a favor do atual Presidente.