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5G – quinta geração móvel

Sixty Degrees analisa impactos desta nova tecnologia

Apesar de ainda não existir uma definição oficial para o 5G, podemos apelidá-lo de 5ª geração de internet móvel ou 5ª geração de sistema sem fio, representando a futura geração de telecomunicações móveis. Este avanço tecnológico pretende alcançar uma melhoria considerável na experiência de utilização, bem como permitir a criação de novas utilizações através de maior velocidade, menor tempo de latência e maior fiabilidade.

Os investimentos por parte das operadoras de telecomunicações no 5G tiveram início em 2018 e deverão perdurar durante a próxima década. Segundo dados da GSA – Global Mobile Suppliers Association, em 2019, cerca de 201 operadores a nível mundial iniciaram investimentos em 5G versus 154 no ano anterior. Os pioneiros na adoção de 5G são a América do Norte, a China, o Japão e a Coreia do Sul.

A adoção do 5G deverá trazer o suporte necessário para o surgimento da denominada 4ª revolução industrial e para a penetração em pleno da inteligência artificial. A nova tecnologia terá uma velocidade significativamente mais rápida, até 10 GB (“gigabit”) por segundo versus 1 GB por segundo possibilitado pelo atual 4G. O 5G deverá ter a capacidade de suportar o elevado número de dispositivos que requerem acesso à internet. Deste modo, o 5G será o recurso para viabilizar em pleno a Internet das Coisas (ou IoT “Internet of Things”).

O 5G será o recurso para viabilizar em pleno a Internet das Coisas.
Fonte: Raymond James

As gerações anteriores de rede, do 1G ao 4G, deram origem à criação de novos mercados, nomeadamente voz móvel (1G), mensagens de texto (2G), dados de banda estreita (3G) e dados de banda larga (4G/LTE). No caso do 5G, e tal como se observa na tabela acima, algumas das suas aplicações já estão a ser servidas por alguma combinação das redes atuais. No entanto, espera-se que o 5G represente uma melhoria considerável face às soluções em utilização, permitindo o verdadeiro escalar das aplicações. O 5G será uma alternativa poderosa às atuais conexões de banda larga fixa e às tecnologias sem fios Wi-Fi e Bluetooth.

As operadoras de telecomunicações terão de melhorar as infra-estruturas de rede para acomodar a tecnologia 5G. Provavelmente tratar-se-á de um processo gradual, no qual numa primeira fase os operadores tentarão maximizar a sua rede atual. Porém, por forma a poder capturar todos os benefícios de uma rede 5G, os operadores terão de efetuar alterações relevantes à rede atual. Nesse sentido, serão necessários níveis de capex superiores nomeadamente para a aquisição de mais espetro, adição de células e maior número de antenas.

A transição tecnológica para o 5G é operada através de um processo de standardização, gerido por uma parceria entre organizações nacionais e regionais com o apoio da ITU – International Telecommunications Union. As entidades competentes definem as especificações tecnológicas, avaliam as patentes submetidas pelos fabricantes e selecionam aquelas que são efetivamente aceites para a denominada tecnologia standard do 5G. A adoção de standards assegura a compatibilidade dos equipamentos e evita uma elevada dependência de patentes proprietárias, associadas à cobrança de royalties excessivas por parte dos fabricantes aos operadores de telecomunicações. Na tabela abaixo, podem observar-se as empresas contribuidoras de tecnologia para os standards das várias gerações de rede. No 5G, destaca-se o surgimento dos players asiáticos, nomeadamente a Huawei e a Samsung como novos contribuidores de tecnologia e como tal recetores de royalties.

No 5G destaca-se o surgimento dos players asiáticos.
Fonte: Raymond James, relatórios das empresas

Segundo dados da GSA, o setor móvel deverá contribuir com cerca de 4,2 biliões (trillion) de dólares para o PIB mundial, o que equivale aproximadamente a 5% desse indicador. Esta entidade estima também que, em 2025, cerca de 14% dos subscritores móveis utilizem 5G e cerca de 50% tenham subscrições 4G.

A IHS Markit estima que, em 2021, o capex das operadoras de telecomunicações em infra-estrutura móvel será de 55 mil milhões de dólares versus 50 mil milhões de dólares, em 2018. O capex direcionado para a infra-estrutura (hardware) 5G foi de 3 mil milhões de dólares, em 2019, e deverá superar os 19 mil milhões de dólares, em 2022.

A atual tendência dos subscritores em aguardar para aceder a maiores larguras de banda sem que isso se traduza num aumento do preço pago pelos serviços, reduz o incentivo dos operadores em acelerar os investimentos em 5G. Por outro lado, é natural que com o avançar do tempo este investimento vá acelerando devido à dinâmica competitiva entre operadores, bem como às previsões para o crescimento do tráfego móvel. Segundo dados da Cisco, o tráfego móvel deverá crescer a uma taxa média CAGR de 46%, entre 2017 e 2022, passando a representar 20% da totalidade do tráfego de Internet. Note-se também que, tal como já referido, o 5G irá para além das necessidades de conexão dos consumidores, abarcando todas as “coisas”, incluindo máquinas, automóveis e cidades, tendo assim como target destacado o segmento empresarial.

Nesta fase, importa também refletir sobre quem serão os principais beneficiários do avanço do 5G. As primeiras empresas a posicionarem-se vão assegurar a captação de uma elevada proporção da riqueza criada, quer através da adoção das suas patentes standard, quer através da necessidade de recorrer às suas tecnologias proprietárias.

Os beneficiários mais óbvios do investimento em infra-estrutura móvel serão a Huawei, a Ericsson e a Nokia. Segundo dados da IHS Markit , a Huawei e a Ericsson lideram o mercado de infra-estruturas móveis com uma quota de mercado de 28% cada uma, seguidas da Nokia.

A Huawei e a Ericsson lideram o mercado de infra-estrutura móvel.
Fonte: IHS, Raymond James

Importa salientar também as oportunidades que deverão surgir para os fabricantes de chips/semicondutores. Tal como se pode observar na figura abaixo, o valor do conteúdo de chips incluído no aparelho de telemóvel aumentou com o avanço das várias gerações de rede. Segundo alguns analistas, o rollout do 5G deverá elevar o valor do conteúdo de chips para 20 dólares por telemóvel. As principais beneficiárias desta oportunidade de valor serão a Qorvo, a Skyworks, a Avago e a Qualcomm.

O 5G trará novas oportunidades aos fabricantes de chips/semicondutores para telemóveis.
Fonte: Qorvo

Por outro lado, o desenvolvimento de células de rede mais pequenas também deverá exigir um conteúdo de semicondutores mais valioso o que trará provavelmente benefícios à Texas Instruments e à Analog Devices, mas também à Qualcomm, à Intel, à Cavium e à Broadcom.

Finalmente, as empresas de semicondutores poderão estar perante uma oportunidade de crescimento colossal devido à expansão da “Internet das Coisas”, já que na verdade esta representa a adição de pequenos PC’s a milhões de objetos que antes não estavam conectados.

Por fim, importa mencionar a importância geoestratégica do 5G que se tornou mais evidente no âmbito das atuais tensões entre EUA e China. A administração americana, bem como outros líderes ocidentais, nomeadamente europeus, receiam que a Huawei esteja a servir as ambições geopolíticas do estado chinês através da venda de hardware e software a nível mundial. A rede de cabos debaixo de água é alvo de particular preocupação, uma vez que é responsável por 95% do tráfego intercontinental, podendo estar vulnerável a espionagem e/ou utilização como arma de conflito. Em específico, existe o receio de que o facto da Huawei possuir hardware proprietário no 5G, venha a conceder ao governo chinês uma vantagem incomensurável na prossecução das suas ambições geopolíticas. Recentemente, a Casa Branca anunciou que estava a trabalhar num plano, juntando num consórcio as tecnológicas líderes dos EUA (Microsoft, AT&T, Dell e Oracle) com vista à obtenção de softwares para 5G que funcionassem em hardware produzido por qualquer fabricante. Valerá a pena monitorizar a evolução destes testes e o progresso no esforço dos EUA para tentar criar uma alternativa de base ocidental à Huawei. Para já, as questões de segurança levantadas pelos EUA fizeram com que alguns clientes da Huawei em mercados emergentes (Orange, BT Group) e Austrália, Nova Zelândia e Japão afastassem a empresa dos seus planos de investimento em 5G.

A Sixty Degrees considera o 5G um tema crucial naquilo que são as tendências de futuro ao nível tecnológico. Assim sendo, consideramos que valerá a pena monitorizar a sua progressão e ao mesmo tempo identificar as potenciais oportunidades de investimento que daí poderão surgir.

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